Imagine que os arquitetos da antiga Roma haviam deixado seus projetos em uma rede de redes para que qualquer pessoa do mundo pudesse utilizá-los? Que Gaudí tivesse registrado as plantas de La Pedrera sem copyright? Quantas cidades teriam se reciclado e remixado o gênio dos grandes arquitetos da humanidade? Na era da sociedade em rede, a arquitetura aberta está se tornando uma realidade. A cultura de código aberto está ganhando terreno no até agora vertical e elitista mundo da construção. E cada vez mais se usam os estudos usando as licenças Creative Commons para suas obras.
O norte-americano Cameron Sinclair, criador do projeto Architecture for Humanity, é um dos grandes visionários da arquitetura aberta. Em entrevista à revista Wired, Cameron detalha assim seu sonho:“Nosso sonho é desenvolver um banco de dados de desenhos, classificados por localização, temas ambientais e arquitetos. Brincando, eu chamei de Open Source Architecture Network. Já estamos trabalhando com Creative Commons vendo como os projetos estão disponíveis gratuitamente em todo o mundo”. Um importante estudo que já está disponibilizando suas obras com a licença Creative Commons é o madrilenho Ecosistema Urbano. Seu Air Tree Commons, para a Expo Xangai de 2010, foi a primeira obra cujo todo o processo foi desenvolvido com o Creative Commons. O estudo holandês OBOM é outra bandeira em arquitetura aberta.
Mas essa conspiração feliz de licenças abertas, transparência de processos e arquitetura não se limita a estudos cool. O mais interessante é que existem iniciativas mais horizontais e/ou descentralizadas. O projeto Wikihouse.cc tem um objetivo muito menos extravagante, mas infinitamente mais útil: recopila projetos de habitação, plantas, detalhes técnicos com licenças abertas. Qualquer pessoa pode eleger um modelo e lançar-se na autoconstrução, com toda a garantia técnica. Para frisar esta nova e emergente arquitetura aberta, nada melhor que concluir com o projeto PFC de Montera 34, que recopila trabalhos de fim de carreira. Quantas boas idéias são desperdiçadas em uma gaveta? Chegaremos algum dia, se perguntam dentro da Montera 34, a compartilhar os projetos “em aberto”, permitindo a difusão, reutilização e o remix com licenças abertas? Se você pensa sim, passeie pela hashtag do Twitter #pfccommons.
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Nota do Imagens Cristãs: Amados, imaginem um banco de projetos arquitetônicos apenas de Igrejas, seja de grandes, médias ou pequenas dimensões, em licenças abertas Creative Commons... Quantos cristãos não se beneficiariam disto, notadamente aqueles muitos sem recursos para contratar os serviços de arquitetos. Eis uma ideia para os profissionais cristãos, que pode abençoar a muitos! Se cada um oferecer um pouquinho, em breve estará construído um amplo banco de dados.
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