Entre os dias 7, 8 e 9 deste mês realizou-se no Rio de Janeiro a Brasil Game Show, a maior feira de jogos eletrônicos da América Latina. Nunca imaginei de ir a um evento assim, mas acabei 'arrastado' para lá por um grande amigo, que é fanático por jogos eletrônicos, estava sem companhia e a quem eu devo muitos favores... Não que eu não goste de games: Eu já fui também um 'fanático', mas com o tempo fui perdendo o prazer, o ânimo e a paciência (isso já antes de me converter) e hoje raramente consigo jogar um videogame, por mais que meus sobrinhos insistam.
Mas vamos ao que interessa. Observando in loco um evento daquele porte, é fácil perceber a multidão de pessoas e recursos (e paixões) que a indústria movimenta. E eu pensava lá com meus botões: 'Senhor, o que estou fazendo aqui? Mais um vacilo?', com aquela desconfortável sensação de peixe fora d'água. Mas então literalmente me 'caiu a ficha': o universo dos jogos eletrônicos é um campo virtualmente branco, esperando pela ceifa. Uma mídia pouquíssimo explorada pelos cristãos, uma mídia onde também é possível e necessário proclamar o nome de Cristo.
Tenho conhecimento de muito poucas iniciativas cristãs neste sentido.
- O blog Conectados, da Igreja Presbiteriana de Fortaleza, publicou um interessante artigo de opinião sobre o tema, onde também lista alguns jogos cristãos disponíveis para computadores, como Bible Man, Left Behind(Deixados Para Trás), entre outros. Leia o post aqui.
- Falando em Left Behind, esse é o nome de uma empresa pioneira dedicada exclusivamente a produzir games de temática cristã. Eles tem feito um excelente trabalho, e contam já com um interessante acervo de títulos (alguma de nossas empresas de mídia gospel poderia traduzir e lançar por aqui, não?). Veja uma notícia sobre isso aqui e visite o site da companhiaaqui.
- Uma outra iniciativa vem do Facebook, que recentemente disponibilizou um jogo baseado na vida de Moisés, criado pela empresa Hexify, que planeja já criar outros jogos de temática cristã (veja o jogo aqui e a notícia aqui).
- No Brasil, uma das únicas iniciativas é o jogo Show do Cristão, um jogo de perguntas e respostas bíblicas inspirado no famoso programa (e também jogo) Show do Milhão, de Silvio Santos. Você pode baixar esse jogo aqui.
Creio que não é necessário discorrer longamente aqui sobre a eventual perniciosidade dos games. Ocupam tempo precioso, viciam (falo com certeza pois já fui um viciado, daqueles de ir de manhã para a porta do fliperama, esperando o dono abrir), e a grande maioria dos jogos envolve violência, com ao meu ver um grande agravante: muitas vezes não há 'heróis' no sentido clássico do termo (herói enquanto aquele que luta pelo BEM), mas a fragmentação ou o relativismo moral tipico da pós-modernidade (onde interessa apenas levar a melhor e 'vencer' e o conceito de ética virou pó) reina absoluta no mundo dos jogos. Mas, ao invés desses fatores servirem como um impedimento para nossa participação neste nicho, devem ser mais um dos motivos de entrarmos neste jogo.*
Já é tradicional a Igreja de Cristo demorar, e demorar bastante, para aceitar e passar a valer-se de uma nova mídia para seu trabalho proclamador. Foi assim com o rádio, e depois com a televisão, e depois com a própria internet.
É tempo de a igreja ocupar mais este espaço. É tempo de criarmos jogos e aplicativos que realizem o duplo propósito de edificar os salvos e evangelizar os povos.
Os cursos voltados para o setor de criação de games se multiplicam pelo Brasil, seja a nível técnico ou cursos universitários. E o próprio Governo Federal já deu-se conta do imenso potencial da indústria dos games, e está viabilizando diversos incentivos e financiamentos para o setor (veja notícia aqui e aqui).
Temos enquanto Igreja a opção de deixar que as trevas manifestem-se absolutas nesta nova mídia, com todo o seu variado cardápio de mentiras, violência e massiva futilidade, ou podemos avançar sobre mais esta fortaleza de Satanás, contrapondo LUZ onde quer que haja Trevas. O tempo de Deus é hoje.
Sammis Reachers
*Me antecipando a eventuais críticas e opiniões contrárias, uma boa mas dura crítica contra os jogos pode ser lida aqui.
(Este texto pode ser livremente republicado em qualquer mídia, citando-se autor e fonte)
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